segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Há dias assim

Há dias como o de hoje em que nos sentimos perante a fúria dos elementos, por mais que tentemos ser, cumprir, fazer, estar... algo nos escapa-Não conseguimos nunca ser o que os outros esperam de nós, deveríamos sê-lo? Na realidade geramos nos outros expectativas que têm muito mais que ver com a projecção do seus desejos ou angústias do que com interesse e afecto real.
Desiludimo-nos muitas vezes ao verificar que sentimentos que deveriam estar indissociados do dever de cuidar são colocados em pratelereiras diferentes de cada um de nós, sendo até perversa a lei desta sociedade ao definir como maior e supostamente autónomo um filho de dezoito anos. Onde começa e acaba o amor e o dever de cuidar , de respeitar e ser respeitado enquanto pessoa?
Quem são os heróis nestas histórias de vida, em que uns tentamos arduamente apenas ser honestos para com os nossos deveres, sérios e justos, e outros se escudam em expedientes, desculpas, rancores, vírgulas da lei mas que mais ou menos impunemente vão vivendo "alegremente" ..
E depois disto, para além disto e com tudo isto ainda não desistisr, não baixar os braços, agarrar um sonho, um afecto, um amor ou carinho que nasce e sobrevive como flôr entre ervas daninhas, acolhê-lo, guardá-lo, porque é também dos poucos milagres que a vida ainda nos concede, não se aluga, não se compra nem vende apenas se sente , dá e recebe.
Será teimosia? obstinação? perserverança? milagre ou mistério?
Talvez tudo isto e a humildade de aceitar o que a vida nos dá. Se escolhermos muito a vida não damos espaço a que a vida nos surpreenda.

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