sexta-feira, 25 de julho de 2008

Palavreado

As palavras são decerto das mais fascinantes criações humanas, creio mesmo que muitas vezes se ultrapassam a si próprias tomando vida própria como se usassem o seu criador como mero executor técnico.
As palavras aproximam ou afastam, muito antes sequer das acções serem pensadas, servem de brinquedo, de bofetada, de afago, de desafio, de arma de arremesso, de ponte, de esconderijo, umas vezes doces e límpidas, outras escuras, frias, tenebrosas, azedas, sofridas outras vezes apenas objectos decorativos de sentimentos menos nobres ou de vaidades em derrocada.
São preciosas quando saiem de nós verdadeiras, emotivas tentando chegar ao outro, levando em rota bidireccional o trilho prá descoberta do outro lado de cada um... solar ou lunar.
Podem ser tão infinitamente pequenas que parecem rebentar com o mundo que carregam dentro.
Podem ser ou não ditas, desfraldadas como bandeiras, balbuciadas ou sussurradas, cantadas, escritas, ilustradas ou serem apenas como o silêncio penetrante, íntimo, que só os muito próximos acolhem e suportam.
Podem conter o mundo ou um balão de nada porque o que as sustenta, suporta, e estructura é a verdade dos actos de cada um de nós, só isso tem decibéis capazes de criar eco emocional no outro...
Até já!