quinta-feira, 29 de maio de 2008

valerá a pena?

A sucessão de dias tristes, chuvosos e cinzentos desta pseudo primavera agudiza em nós as angústias e a necessidade de mudança.
Descrita nalguns compêndios como a Astenia da Primavera, na verdade não sei se existe enquanto entidade clínica ou se é apens uma tentativa científica de dar um nome a um processo que é fisiológico e cíclico, como a natureza tão bem determina, como os ciclos de dia e noite, sono e vigília, fecundidade e pousio, nascer, crescer maturar e envelhecer.
Certamente que a àrvore de folha caduca, não se questiona no inverno se as suas folhas e frutos brotarão, confia?!..
Parece que nós humanos somos de facto uns seres de mecanismos complexos que se desregulam, autoregulam, adaptam e nisto somos iguais aos outros processos naturais. O que nos faz então correr ou desistir? Perseguir metas e sonhos por uma vida inteira? Lutar, esperar e desesperar, chorar e rir por essa coisa que inventámos chamada amor?
Será tudo uma partida do sistema Límbico e um dia irão descobrir a cura para esta doença crónica, incurável e progressiva para alguns?
Algum António Damásio ou outro qualquer genial, descobrirá a localização encefálica do amor? A alma é uma estructura Cortical ou nem por isso?
Teremos que nos vacinar contra essa doença já velha como o mundo?
Espero não estar viva já quando tudo isso fôr Nobel!Prefiro esta dôr de amar esperar e desesperar, ter ou não ter mas sentir que afinal esta diferença, que é diferente em todos nós, e que muda sempre em cada um de nós é talvez a que vale a pena. Nascemos e morremos sózinhos?
Que desperdício divino então este, de nos criar com esta capacidade complexa e organizada, com ou sem substracto biológico que importa?
Não sei se vale a pena, para mim que sou uma cabrita persistente, enquanto sentir, pensar, rir e existir valerá sempre a pena.

domingo, 25 de maio de 2008

desespero

...e depois da escuridão, talvez a luz, o clarão intenso e maravilhoso da paixão!